João Batista Olivi.
Kunumí-Ivãté é um índio guarani de 15 anos, 1,65 de altura, olhos muito escuros e um cabelo tão preto que chega a brilhar com a luz do sol. Kunumí pertence aos caiuás, uma das três tribos da nação guarani, vive na região de Dourados, lá no interior do Mato Grosso do Sul. Ele não tem um nome qualquer, Kunumí-Ivãté significa MENINO-NAÇÃO.
Até pouco tempo atrás Kunumí-Ivãté significava nada. Para os outros sessenta e três índios de sua aldeia e para todos os outros brancos da região, era só Alberto Vilhalva de Almeida. Um jovem que como tantos outros, trocou sua gente pelo feitiço da cidade: Comprou um relógio digital no contrabando, usou calças jeans e sonhou ter um Monza zerinho. Um índio que queria ser branco.
A cidade, sua magia, suas cores, sua gente atraíram Kunumí. Por um momento imaginou ter encontrado seu verdadeiro caminho. Foram três anos de ilusão que foi acabando quando ele conheceu a realidade da cidade. Quando viu outros índios, iguaizinhos a ele, mendigando pelas ruas, humilhados e tratados como “cachorros vadios”.
Um bugre. Para os brancos, Kunumí era só um bugre. Um índio que deixou de ser índio e nunca chegou a ser branco. Que morava na cidade e trabalhava na roça.
__ Descobri que branco é egoísta. Quer comprar tudo: terras, rios, passarinhos. Não sabe que antes do branco, antes do dinheiro, já tinha mundo, já tinha índio.
Kunumí sentiu na pele o preconceito, a exploração. Não gostou dos bailes dos jovens brancos, das luzes e dos sons eletrônicos dos fliperamas. Sentiu saudade da sua gente, da sua língua, das suas festas. Do prazer da caça, do peixe fisgado nas águas da sua infância. Do cheiro do mato. E o MENINO voltou à sua NAÇÃO, com um orgulho: ser caiuá. Mesmo vestindo roupa de branco, misturando a língua guarani com o português e o castelhano abandonou de vez o sonho do Monza zerinho.
Atividades:
1)Reescreva as frases substituindo as palavras sublinhadas por sinônimos do texto:
a) O encanto da cidade atraiu Kunumí-Ivãté.
b) Kunumí ficou triste quando viu outros índios esmolando pelas ruas, oprimidos.
c) O índio sentiu na pele a ganância e viu que, para os brancos, ele só era considerado um silvícola.
d) Kunumí sentiu saudade de seu povo e do peixe pescado nas águas da sua infância.
3) Qual o nome do texto que você leu?
4) Quem era Kunumí-Ivãté?
5) A que tribo Kunumí-Ivãté pertence?
6) Qual o nome de Kunumí-Ivãté entre os brancos?
7) Por que Kunumí-Ivãté ficou triste e resolveu voltar para sua gente depois de três anos?
8) Do que mais o índio sentiu saudades?
9) Copie do texto:
a) O que Kunumí-Ivãté descobriu:
b) O que é um bugre para os brancos:
c) O que era a cidade para os índios:
10) Copie e assinale as respostas corretas:
a) Jovem, ele trocou sua gente pelo feitiço da cidade:
( ) Foi pescar com os amigos.
( ) Comprou um relógio no contrabando.
( ) Usou calça jeans.
b) Ele encontrou na cidade:
( ) Índios humilhados.
( ) Índios felizes.
( ) Índios mendigando.
( ) Índios ricos.
c) O menino voltou à sua Nação vestindo roupa de branco, porém:
( ) Com tristeza de ser índio.
( ) Com orgulho de ser índio.
( ) com orgulho de ser branco.
Encontre no diagrama quatorze palavras que estão contidas no texto: “O índio que viveu a ilusão da cidade”.
O ÍNDIO QUE VIVEU A ILUSÃO DA CIDADE
Árvore da adição
Há 8 anos